quinta-feira, 21 de abril de 2011

Direito Constitucional em Concursos - corrigindo erros na preparação

 
Olá Pessoal tudo bem?

Tenho recebido muitos e-mails pedindo orientações de estudo, na minha matéria (Direito Constitucional) e também em outras. Os e-mails partem não só de iniciantes, mas também de alunos intermediários e avançados.

Resolvi, então, escrever este artigo para poder passar alguma experiência sobre o Estudo, notadamente do Direito Constitucional para Concursos, mas que também pode ser usadas para outras matérias.


• Quem sou eu, e porque me considero apto a falar sobre isso?

Quem me conhece pessoalmente sabe que sou um professor relativamente novo, novo em idade, e também em "carreira": ministro aulas de Direito Constitucional há cerca de 3 anos. Antes disso, porém, passei longos 4 anos como concurseiro, onde cometi muitos erros de preparação e também muitos acertos.


Sempre fui um concurseiro (e professor) muito "intenso", seja no estudo ou no trabalho. Posso dizer então que não foram 7 anos "vivendo a realidade dos concursos", mas 7 anos "respirando concursos". Devido esta intensidade no estudo e no trabalho, sei que posso passar muitas experiências a vocês concurseiros.


O PRIMEIRO ERRO que cometi foi não ter parado para ler artigos como esse que vos escrevo.


É importante que o candidato comece ouvindo ou lendo experiências de quem já viveu essa realidade, pois 10 minutos que você perde lendo um artigo, buscando uma bibliografia ideal, ou assistindo uma palestra, ou até mesmo lendo um livro de alguém reconhecido por seus métodos de preparação poderá significar meses ou anos de estudo incorreto.


Como eu disse, eu já comecei errado, partindo logo para um cursinho básico e comprando as apostilas do professores sem nem saber do que se tratava. Em minha jornada de 4 anos como concurseiro, embora me preparasse incessantemente de Segunda a Sábado (às vezes até domingo), eu prestei apenas 5 concursos. Aqui está o 2º ERRO, devia ter prestado bem mais, pois quando corremos atrás de um edital, acumulamos muito mais conhecimento e em muito menos tempo... ...descobri isso tarde!


Nesses 5 concursos que prestei, eu tive 2 insucessos - nos 2 primeiros (duas vezes no concurso para "Fiscal de Rendas do ICMS-RJ", ambas em 2008) -, depois tive 3 sucessos: Analista do TRE-GO 2008 (3º lugar, sendo maior nota nas provas objetivas), Assistente-Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda em Goiás (5º lugar) e Analista do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (15º lugar).


Resolvi parar de fazer concursos, pois não tinha maiores ambições dentro do serviço público, resolvi me dedicar à paixão de lecionar (minha mãe e padrasto são professores, vem de família) e fazer com que outras pessoas não cometessem os mesmos erros que cometi na preparação.


Em minha vida de professor (até o momento - abril de 2011) lecionei em cursos presenciais e "virtuais", notadamente no Ponto dos Concursos, onde leciono desde 2009. Tive a oportunidade ainda de publicar 7 livros voltado à preparação de candidatos a concursos, 2 com ênfase em teoria e 5 com ênfase em questões comentadas, o que totalizaram quase 5000 questões comentadas e mais de 2000 páginas escritas. Ainda tive a oportunidade de ser coordenador de outras 6 obras publicadas por outros professores (que totalizam mais de 6000 questões).


Posso dizer então, que me especializei em "conhecer concursos", analisei a fundo (notadamente em Constitucional) as provas do CESPE, ESAF, FCC, FGV, CESGRANRIO, FEPESE, VUNESP, entre outras bancas, e observei o desenrolar e as questões de concursos desde os de nível médio (Técnicos Administrativos e Judiciários) até provas da Magistratura.

Tentarei, então, neste artigo, passar a minha experiência para vocês e ajudar a dar mais um passo nessa caminhada rumo a aprovação.

• Estudando o Direito Constitucional - Noções Gerais:

(O que vou escrever aqui pode ser adaptado para outras matérias, observando é claro a peculiaridade de cada uma delas. Mas, em essência, é algo que é válido para qualquer estudo para concurso)

Primeiramente, vou expor algumas palavras transcritas da minha obra "Constituição Federal Anotada para Concursos - 2ª Edição":

O estudo para concursos difere do estudo acadêmico, não pela profundidade – já que muitas vezes é até maior –, mas por ser pautado em uma regra básica, a qual é re¬sumida a uma única palavra: eficiência.

A eficiência à qual nos referimos significa basicamente: acertar o máximo pos-sível das questões cobradas, se preparando com o menor esforço e o menor dispêndio de tempo possível. Não confunda “menor esforço possível” com “vida fácil”, a aprovação em concur¬sos requer comprometimento, esforço, perseverança. Porém, não é necessário que leve¬mos anos e anos nesse ritmo para que alcancemos a aprovação.


Antes de passarmos às dicas efetivas para que os estudos sejam iniciados, refli¬ta sobre a frase:

“Não passa em concursos quem estuda mais, passa quem estuda melhor: usando o material adequado e estudando com o enfoque correto.”

Então, temos que o estudo para concursos é pautado em dois pilares básicos = FOCO + MATERIAL ADEQUADO.

• A fórmula do sucesso:

Após anos analisando o meu rendimento, analisando o rendimento de meus amigos, e depois analisando o rendimento de meus alunos, eu descobri que o estudo para concursos tem uma "fórmula para o sucesso", um lugar comum a todos os "grandes concurseiros" e que é ignorado por muitos.

Não... eu não estou falando daquela "REGRA 1 e 2" não... (para quem não sabe: regra 1 = estudar ; Regra 2 = não esquecer a regra 1).

A "fórmula do sucesso" vai um pouco além, ela está dentro dessas regras 1 e 2, e seria:

"Alto Rendimento = (efetivo conhecimento da literalidade das normas) + (resolução incansável de questões de concursos anteriores)".


Com certeza você conhece alguém que está há anos estudando para concursos e não consegue lograr êxito. Eu conheço VÁRIOS, e o principal erro que percebi é que tais pessoas apóiam o seu estudo basicamente na leitura de livros teóricos e deixam de lado a PRINCIPAL PARTE: ler a Constituição e resolver questões anteriores (comentadas).


Livros teóricos são importantes: SIM, MUITO, Recomendo que todos tenham pelo menos 1 bom livro teórico da matéria!!! Mas, os livros teóricos ou doutrinários devem servir para orientação, direcionamento ou aprofundamento, não como foco principal de estudo. O foco principal é "ler a constituição + resolver questões".

• No MÍNIMO, 70% das questões de QUALQUER concurso vão cobrar literalidade, seja diretamente ou indiretamente, precisa-se ler a norma para não deixar lacunas no conhecimento sobre ela, e para ter segurança na hora de marcar o "X".

• A resolução de questões anteriores é ainda mais importante, eu arrisco a dizer que é a parte mais importante do estudo, pois é na resolução de questões anteriores, principalmente as comentadas que você poderá:

1-Fixar o conhecimento daquilo que você estudou, estimulando o cérebro a funcionar e armazenar aquela informação.

2- Aprender o estilo de cobrança daquela banca examinadora e entender "o que é importante" e "o que não é importante" para fins de foco no estudo.
3- Nas questões você poderá ainda aprender literalidades, doutrinas e jurisprudências que você não estudou, ou que passaram despercebidas. Daí a importância das questões serem comentadas.


Vou colocar aqui outro trecho do meu livro "Constituição Federal Anotada para Concursos - 2ª Edição":


Lembre-se: todo candidato de alto nível deve ter amplo domínio da literalidade das normas. Na dúvida entre estudar a norma (no caso, a Constituição) ou estudar o que a doutrina dispõe sobre ela, dê preferência ao estudo da norma, pois será daqui que sairão a maioria das questões. O maior erro cometido por muitos candidatos é não se preocupar em ler efetivamente a Constituição.

Outro ponto que merece destaque é que se deve evitar, ao máximo, errar em concursos:

a) Questões literais da Constituição – Para isso, é de extrema importância o de-lineamento dos artigos cobrados pelo edital do concurso.

b) Questões repetidas de outro concurso – Para isso, é importante a resolução das questões dos concursos anteriores da banca examinadora. Toda banca exa¬minadora repete questões em seus concursos, ainda que com adaptações.

c) Questões que expõem a literalidade das súmulas – Por este motivo, expus uma relação das súmulas de maior relevância ao final desta obra.

d) Questões baseadas em “novidades” – Toda “novidade” (advento de uma nova emenda constitucional, alteração recente em alguma legislação relevante para o concurso, edição de uma nova súmula vinculante...) é carta certa nos con¬cursos, desta forma, é interessante que o candidato mantenha-se atualizado e principalmente atento a estas novidades.


• Cronologia do Estudo:


Primeiro vamos rever as premissas:

1- É importante ter um bom livro teórico, embora ele não deva ser o foco principal do estudo.

2- Não existe concurseiro de alto nível que não conheça a Constituição melhor do que o endereço de casa.

3- Resolver questões comentadas de concursos anteriores é a principal parte do Estudo.

Vou passar agora a cronologia "ideal" de um estudo para uma pessoa leiga, adapte essa cronologia para a sua situação:

1º Passo = Conhecer do que se trata a matéria:

Se você é leigo, não sabe o que terá pela frente no estudo, você deve começar a estudar "conhecendo a matéria". Para conhecer a matéria você tem diversas ferramentas, escolha uma delas, não precisa de todas não:


a) Fazer um curso básico - é uma opção, embora não seja necessário.

b) Ler algum resumo - Para quem preferir ler um resumo, obviamente eu recomendaria o meu livro "Vou ter que estudar Direito Constitucional! E agora? - Manual para os primeiros passos" - já que eu fiz justamente para este objetivo.

c) Você pode ainda, se preferir, usar o seu próprio livro teórico ou Constituição Anotada, e assim, você deve passar os olhos nos principais capítulos - que em constitucional são:

– Princípios fundamentais (art. 1º ao 4º).

– Direitos Fundamentais (art. 5º ao 17º) – com ênfase nos artigos 5º e 7º.

– Organização do Estado (art. 18 ao 24).

– Administração pública (art. 37 ao 41).

– Organização dos poderes – ênfase aos artigos 44 ao 52, art. 76 ao 84 e art. 92 ao 102.

2º Passo = Ler a Constituição e resolver incansavelmente questões comentadas.

Agora que você já conhece a matéria, chegamos no corpo principal do Estudo. Você está apto a enfrentar de cara a literalidade e as questões.

Não fique com medo de resolver questões! Esse é o momento de errar. Cada erro é um aprendizado novo.

Um erro muito cometido pelos candidatos é deixar para resolver questões só quando se sentirem seguros sobre a matéria. Em concursos, o estudo reverso é mais importante, ganha-se segurança na matéria resolvendo questões.

Foi por este é o motivo que publiquei outras 2 obras:

1- A Constituição Federal Anotada para Concursos - para poder auxiliar o candidato no conhecimento da norma.

2- Os materiais 1001 questões comentadas - para criar uma bateria imensa de exercícios comentados, com foco no pensamento de uma banca examinadora específica.

3º Passo = Aprofundamento:

A parte do aprofundamento chega quando você percebe que as questões de concurso para o nível do cargo que você está querendo prestar estão mais difíceis do que você consegue responder com a simples literalidade, ou quando são questões doutrinárias e jurisprudenciais que fogem da simples leitura da norma.

Agora é hora de você pegar o seu livrinho teórico e aprofundar naquele ponto específico da dificuldade.

P.S - Nunca deixando de resolver questões. Questões se resolvem TODOS OS DIAS!.

4º Passo = Pós-edital:

Agora que saiu o edital, você tem que fazer uma coisa - delinear quais são os artigos da Constituição abrangidos pelo edital. Não vá para prova sem ter certeza que você conhece exatamente cada dispositivo constitucional que está dentro do edital.

Se tiver algum outro tema que você não tenha estudado, busque no livro, mas lembre-se que o ideal é que quando o edital sair você já tenha visto toda a matéria que ele cobra e assim possa estudar com a seguinte dobradinha:

Resumo dos principais pontos + Resolução de questões.

O ideal é esse, que você não precise mais abrir um livro teórico após o edital, só se for para tirar dúvidas. O ideal é que você apenas fixe o conhecimento aprendido e se faz isso lendo resumos e resolvendo as questões dos temas cobrados pelo edital.

5º Passo = Comemorar a aprovação.

Meu amigo concurseiro... se você foi um bom garoto, se comportou e seguiu isso que eu expus... é CERTO que você chegará aqui neste 5º passo. Pode até ser que não seja em seu primeiro concurso, mas esse objetivo não vai tardar... pode confiar.

Grande abraço e excelentes estudos.


Prof. Vítor Cruz (Vampiro)


2 comentários:

  1. Anônimo:

    A verdade é que, texto longo assusta muita gente...hehehe...mas esse, pelo primor, valia a pena compartilhar com vocês.

    Até a próxima e bons estudos!

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