quarta-feira, 30 de março de 2011

O tênis e os concursos públicos

Sempre fui fã de esportes e o tênis é um dos meus favoritos.

Um dos maiores tenistas de todos os tempos, o americano Andre Agassi, lançou, há alguns poucos meses, uma polêmica biografia, em cuja leitura eu fiquei completamente envolvida neste Carnaval.

A despeito das polêmicas que a biografia levanta, eu não pude deixar de achar interessantes paralelos entre a vida dos esportistas e dos candidatos a concursos públicos.

Se você não acompanha tênis e não sabe quem o Agassi foi, basta dizer que ele ganhou todos os principais títulos da modalidade e foi número 1 do mundo.

De longe, o que mais me chamou atenção no livro foi o número de derrotas que o sujeito teve na vida. Olha, ele perdeu DEMAIS! Antes de iniciar a leitura da biografia de um campeão como ele, você imagina que, já que ele foi o melhor do mundo no que fazia, ele deve ter tido poucas derrotas, certo? Errado, completamente errado!

Ele perdeu inúmeras partidas, pelos mais diferentes motivos e o fato de ele, ainda assim, ter sido um fenômeno, é mais do que confortante. Imagine você que, para ser um vencedor, não importa o número de derrotas que você teve – importa, isto sim, o número de vitórias. Eu achei isto uma ótima notícia, você também não acha?

Não importa quantas derrotas você teve, até aqui; importa, de fato, quantas conquistas você terá, a partir daqui.

Interessantíssimo, também, foi o que o Agassi ouviu de seu técnico. Ele disse que o grande erro do tenista era, sem dúvida, preocupar-se em ser perfeito e, ao fazer isso, ele se complicava tanto e perdia tanto tempo que acabava sendo derrotado por um adversário tecnicamente mais fraco. Olha - dizia o técnico - você não precisa ser perfeito ou o melhor do mundo para vencer; você precisa, simplesmente, ser melhor do que o seu adversário naquele momento.

E eu acredito que isto é mais do que recorrente no mundo dos concursos públicos. Concursandos preocupados com a perfeição perdem tempo e energia, quando, na verdade, eles só precisam acertar mais itens do que outros candidatos, naquela prova específica.

É o que acontece, por exemplo, quando, em uma prova de concurso, o aluno se desespera e o psicológico vai por água abaixo quando ele se depara com item nunca visto antes. Ora, se você estudou esta matéria com afinco e por materiais de qualidade e não tem a menor ideia do que se trata o item, os outros candidatos também não o terão. Você não precisa ser perfeito – até porque não o será -, precisa, simplesmente, acertar mais itens do que outros candidatos, ainda que não necessariamente saiba mais do que eles.

Percebeu a sutileza? O último ponto que eu gostaria de ressaltar é o fato de que Agassi é, por muitos, considerado o maior devolvedor de saques de todos os tempos. E, lendo o livro, você percebe que não se trata simplesmente de um dom de devolver saques. O atleta, ainda quase bebê, era obrigado, pelo pai, a rebater milhares de bolas, sistematicamente, emanadas de uma máquina que o próprio Agassi entitulava “dragão”.

Deixadas de lado as discussões sobre a ética e a razoabilidade desta atitude do pai, resta-nos mais uma prova de que, para ser bom em algo (e este “bom” pode ser, por exemplo, responder corretamente a itens de concursos públicos), treino e repetições incansáveis são absolutamente necessárias.

Eu espero, de alguma forma, ter ajudado você a começar bem este ano de 2011, já que agora, passado o Carnaval, não há mais desculpa para encarar o ano novo, com seriedade.

Que Deus lhe abençoe.

Um abraço e força na peruca,

Profa, Carolina Teixeira

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